terça-feira, 21 de setembro de 2010

Caminhada pela liberdade religiosa reúne 120 mil no Rio

Milhares de pessoas participaram neste domingo de uma caminhada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), em defesa da liberdade religiosa. Segundo a Polícia Militar, 120 mil pessoas compareceram ao evento. Ao som de grupos como Olodum, seis trios elétricos animaram a manifestação, que reuniu praticantes de várias religiões.

Esta foi a terceira edição da caminhada, organizada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (Ccir) do Rio. De acordo com o interlocutor da instituição, Ivanir dos Santos, o grande destaque foi o aumento da participação de católicos e anglicanos no evento.

O bispo da Igreja Anglicana Celso Franco de Oliveira disse que o número de manifestantes dessa corrente no evento ainda é pequeno diante da quantidade de fiéis no Rio. Mesmo assim, destacou que a participação tem crescido a cada ano. "A Igreja Anglicana acredita que cada um de nós tem uma subjetividade singular e como tal tem o direito de expressar sua fé como quiser. O importante é ser feliz", disse Oliveira.

Da Igreja Católica, um grupo chamou atenção ao lembrar do episódio em que a imagem de uma santa foi depredada durante programa de TV da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1995. À época, os líderes religiosos da Igreja pediram desculpas pelo fato. "Trouxemos esses cartazes com a imagem do pastor chutando a santa para que nós, principalmente os católicos, não nos esqueçamos. Queremos liberdade religiosa para todos, independente da crença", disse Juan Santos.

Praticantes de wicca, hare krishnas, mulçumanos e ciganos também marcaram presença na caminhada, mas predominaram as religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. De acordo com Ivanir dos Santos, eles são as principais vítimas da intolerância. "Não podemos deixar os setores intolerantes crescerem. Há mais de 30 anos, eles perseguem a umbanda e o candomblé. Se crescerem, não tenho dúvidas, chegarão a outros setores da população brasileira. Estamos defendendo a democracia", afirmou.

Além de pedir o fim de atitudes "proselitista", de maneira geral de grupos cristãos, os praticantes de umbanda da Tenda Espírita Cabloco Arranca-Toco, da Ilha do Governador, disseram que a manifestação é uma oportunidade de confraternização. "Na nossa região tem várias igrejas e ninguém tem problema com ninguém", afirmou o representante Antônio Manuel de Oliveira. "Nossa dádiva é unir, conviver, porque Deus é um só, viemos aqui defender essa ideia".

Agência Brasil - Colaborou com esta notícia o internauta José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos,

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Frantz Fanon: um pensador engajado

Psiquiatra, ensaísta e pensador francês nascido na ilha de Martinica, território francês situado na América Central, Fanon (1925-1961) é um exemplo de intelectual engajado.



Em 1946, inscreve-se na Faculdade de Medicina de Lyon na França e aproveita sua estadia também para adquirir uma formação sólida em filosofia e literatura, seguindo cursos de Jean Lacroix e de Merlau-Ponty, bem como, lendo obras de Sartre, Kierkegaard, Hegel, Marx, Lenin, Husserl e Heidegger, entre outras. Após terminar o curso de medicina em 1951, retorna a Martinica e mais tarde volta para a África, tornando-se médico-chefe na clínica psiquiátrica de Blida-Joinville.
No final da década de 50, vendo as atrocidades cometidas pelo exército francês participa da resistência argelina. Naquela época a Argélia ainda era dominada pela França. Torna-se argelino engajando-se na luta pela libertação do país que sofria o jugo colonial francês desde 1830. Por várias vezes participou de congressos pan-africanos como membro da delegação da Argélia, tornando-se um importante porta-voz do país
Nos seus escritos, Fanon, analisa as consequências psicológicas que a colonização provocada no colonizado, principalmente do ponto de vista da relação branco-negro e o continente africano e europeu.
Seu livro de maior destaque é Os condenados da terra, de 1961, prefaciado por Jean Paul Sartre. Para Fanon, “o mundo colonizado é um mundo cortado em dois. A linha de divisão, a fronteira (entre colonos e colonizados) é indicada pelas casernas e os postos policiais”. Um outro importante livro de Fanon é Pele negra
Fanon pode ser consideado o maior pensador do século XX relacionado aos temas da descolonização e a psicopatologia da colonização. Suas obras foram inspiradas nos movimentos de libertação anti-coloniais por mais de quatro décadas.

Fontes consultadas:
http://www.google.com.br/images
Revista de Filosofia. Editora Escala, Ano II, nº 14.
http://ffabios.sites.uol.com.br/